sexta-feira, 24 de junho de 2011

Pitomba.

Pé de pitomba
Pede que tomba
Eu danço quadrilha
Tu danças milonga

Pé de pitomba
Quem foi que te tombou?
O dançarino que por aqui passou

Pé de pitomba
Pede que tomba
Tu danças teu tango
Que eu danço La Conga


Cora Rufino


Porque tudo o que eu queria hoje era uma cacho de pitomba...e dançar. Só.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Dia offline.

 Tudo o que você acha interessante você tem que compartilhar entre seus amigos ou seguidores ou leitores (depende da rede social). A piada da qual você acha graça é quase instantaneamente repassada com um simples botão. Antigamente se mandava piadas por email. Antigamente eu falei? Não, antigamente as pessoas se reuniam num bar, ou no trabalho ou na família para contar as piadas. E conforme a piada ia se espalhando, novas versões iam sendo criadas. Cada pessoa tinha uma maneira de ler a história.

E eu vou me lembrando das fases da minha vida de acordo com a internet e suas novidades (e obsolescências) contínuas.
No meu aniversário de nove anos entrei na internet pela primeira vez e meses depois (no site da Turma da Mônica) descobri o que era um Chat. Vieram os primeiros amigos virtuais.
No meu ensino fundamental existia o Canal Roraima, o chat só dos roraimenses. Mais amigos virtuais (que podia até ser meu vizinho)
No ensino médio surgiu uma onda chamada Blog! Mais amigos. Era um tal de comentar no blog alheio para fortalecer a amizade e expor pensamentos adolescentes para as quem quisesse ler. A novidade era a subversão daquele diarinho que a gente trancava com cadeadinho depois de escrever nele, e colocava-o debaixo do travesseiro, para que ninguém pudesse lê-lo enquanto dormíamos.
Porque estou me alongando falando de blog? Ora... é a metalinguagem do meu post. Na verdade eu já tive ICQ, Fotolog, Flogão... Mas o blog vai ficando e sobrevivendo às ondas.
E os amigos virtuais que se faz através dos blogs têm alguma qualidade diferente daqueles que se faz nas redes sociais atuais.
Outras  fases da vida que eu lembro através da internet: na faculdade de jornalismo tínhamos o Orkut, na de Arquitetura apareceu o Twitter e agora, no Teatro, aderi ao Facebook.
E o fato de ter mudado de cidade ajudou para que eu ficasse mais tempo nelas e até o Skype tô usando.

Lembrei daquele menino que foi acampar perto do lago com um grupo. Mas no segundo dia queria voltar para a cidade para entrar na internet e “conversar com pessoas”, esse foi o termo: “conversar com pessoas”. Tava abitolado de tal forma, que não decodificava mais “pessoas”. Eu tô beirando isso. A ânsia por conectar-me à rede acaba me dispersando do mundo me fazendo dar mais importância aos avatares do que à carne e ao osso.

Então chega de interatividade (dessa natureza). Nem que seja por um dia. Tempo simbólico.
Nada de amigos virtuais, só pessoas tangíveis!
Nada de avatares, só pessoas reconhecíveis!
Nada de comentários curtos lidos em telas! Só os ditos na cara para serem ouvidos.
Nada de e-books! Abrir um livro e sentir seu cheiro...
Comer sem sujar o teclado, apenas comer...

Ou seja, tudo isso envolve os cinco sentidos que acabam sendo suprimidos na cibernética...
Neste domingo, dia dos namorados, me desliguei da Matrix...

E, claro, esse post eu não publiquei domingo para não quebrar a promessa. E quer saber, o dia foi bom. Nem senti falta de me conectar. Conheci finalmente a Brescia (minha amiga virtual há dois anos) que se materializou aqui na cidade. Não me comuniquei com o Murilo, apesar de ser dias dos namorados, pois ele estando em Roraima e eu aqui, ele fica na condição de namorado virtual, e as coisas virtuais eu aboli de mim nesse domingo. O problema é o rastro de lesma que já deixei no tal do ciberespaço: voltando para ler os emails, uma pilha de coisas para fazer.

Ser eremita parece que é um dom já que a comunicação (dessa natureza) é um vício: toma seu tempo e seu dinheiro e difícil de dosar sem grandes prejuízos.
Ces’t la vie...