sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

momento "mamãe, faço teatro"

A última aula do semestre foi a de Improvisação Corporal.
O professor tem a fama de ser um mago, bruxo, que no último dia de aula olha para você, e descreve suas características psicológicas de uma forma que não tem como você dizer que é mentira.

Posto aqui uma mostra do trabalho de improvisação feita em dupla, com Danilo Lacerda.
Danilo é uma figura que também é fã de Lila Downs e Eugenia León. Ao ouvir a música "La Bruja" me chamou para fazer dupla com ele propondo:
- Posso ser a bruxa que te domina e molesta?
- Claro. - eu disse.

Foto de Bruni Santiago


Mas como a música que embalou nosso semestre hispânico foi "La llorona", não poderia faltar uns trechos dela. A primeira parte com Chavela Vargas e a segunda com Joan Baez. Ficou uma miscelânea esquisita na edição, cortes bruscos nas músicas. Pensamos até em tirá-las, mas a homenagem tinha que haver.

O ensaio, de onde os movimentos improvisados surgiram:




Abaixo trechinho da aula final, filmada por Eneida Baraúna:





E a cena na íntegra, filmada por André Avellar:



A iluminação, que também era improvisada e atendia a todas as outras duplas, acabou atrapalhando um pouco, mas isso são aprendizados. Eu estava de olhos fechados na maior parte do tempo, para dar a ilusão de desacordada, não fazia ideia de onde estava a luz. Enquanto isso, La Bruja me dominava com seus poderes e me molestava.
Que fófis.

É isso, mamãe.


quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

São coisinhas pequenas, no fim das contas:


Assistir a um filme de madrugada, ouvir música alta. Pegar o carro, quando bem entender e sair, sentindo o vento nos cabelos, improvisar um percurso, parar na casa de um amigo, levá-lo à praça... Alugar um filme depois, ou comer uma pizza.

Fugir das festas de parentes, ouvir reclamação de mãe, nenhuma de pai, descontar no namorado, fofocar com amigo-irmão...

Tomar um banho de rio, tomar um açaí, comer tapioca, COMER PEIXE! Ficar na varanda trocando segredos, ir aos shows dos artistas locais, ensaiar um espetáculo, apresentá-lo para amigos e parentes...

Repetir e reclamar que tem que sair da cidade, que tem que largar o curso, o namorado, que tem que conhecer gente nova, conhecer lugares...

Andar nua pela casa, varrê-la ao som dos CD’s que eu ouvia na adolescência no talo, desenhar nas paredes, escrever nas paredes, surpreender as pessoas...

Comer Pirulin, arepas, paçoca de carne, ouvir reggaetón a contragosto, ouvir technobrega a contragosto, dançar reggaetón e technobrega adorando, nas festas entre amigos...

Sair de casa sabendo que vai encontrar alguém conhecido, mas sem saber onde nem quem...

Leite, na madrugada, com um caderno e uma caneta preta enquanto ouve a televisão...

Jô Soares antes de dormir, Jornal Nacional antes de sair, livro paradidático no domingo a tarde...

Sítio da tia final de semana, praia final de semana, filme pseudo-cult final de semana, gibis final de semana, um quarto diferente do seu de final de semana...

Sushi...

Botar dez reais de gasolina, dirigir sozinha pela cidade ouvindo músicas no som defeituoso do carro. E nisso, fazer uma cruz, no mapa da cidade, dirigindo, chegando até os limites dela, e dizendo sozinha “aqui ela acaba” no limite norte, “aqui ela acaba” ao chegar na ponte, “aqui ela acaba” voltando da periferia pobre, “aqui ela acaba” olhando as mansões na beira do rio...

E aqui eu acabo