domingo, 29 de dezembro de 2013

Foto bafo



Ontem fiz um ensaio fotográfico com Lucas Bois. Fiquei surpresa depois com o resultado, nunca me vi tão bela, rs.
Por enquanto apenas essa foto, em breve mais da série.
A inspiração foram as cores de Frida Kahlo e filmes de Almodóvar.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Ex piração

“você é especial” disse auspiciosa E fui-me embora, pra outra espécie em outro espaço deixo o abraço especialmente inspirado


Cora Rufino

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Predador

Eu corria pela mata
Entre os galhos, com pavor
Pois temi ser devorada
Pelo olhar predador


Mas passado o calafrio
Foi-se embora meu pudor
Então sonhei estar nas garras
Do mesmo olhar predador


Sem saber aonde eu ia,
Caminhei só para frente
Fui deixando pela estrada
Minhas pegadas inocentes


E à beira de um riacho
Sob as nuvens fui me expor
Decidi ser vitimada
Por tal olhar predador


Me tornei uma presa fácil
Porque quis, e sem temor
Adorei ser atacada
Por seu olhar predador!

Cora Rufino (2010)

Eduardo


segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

ares

A cidade onde é meu berço
Às vezes tem ares de cova
É que parte de mim adoece
E parte de mim se renova


Cora.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

pé de nós

nogueira, meu pé de noz
e aonde vamos nós?
a pé ou veloz
paixão atroz
a sós

nogueira, me dê seu galho
me sirva de agasalho
se não eu falho
me embaralho
não valho

nogueira, o mundo é vasto
e meu sapato já gasto
cruzou o pasto
lhe vi casto
não basto

nogueira, o que quer que seja
O beiço que lhe almeja
Ainda gagueja
de bandeja
lhe beija

nogueira, meu "pede nós".

Cora Rufino

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

O Mundo de Hans

Hoje fui apresentar um projeto, no PowerPoint, tremia igual uma vara de bambu.
"que engraçado, mas eu sou atriz", pensei
Tem tantos anos que não tenho que fazer um slide. Todas as apresentações que fiz nos últimos anos não precisaram desse recurso de projeções. Se me pedissem para improvisar uma cena, recitar um poema, dizer um monólogo, cantar uma música... talvez eu não ficasse sem chão como fiquei ao ter que defender, com eloquência, os que os slides diziam.
No fim, minha apresentação tinha mais imagens do que palavras. Scaneei as minhas aquarelas, e assim pude apresentar, decifrando as imagens e elucidando o que eu queria dizer. Fiquei mais à vontade.
A professora elogiou mas fez uma observação: que eu pegasse as imagens e as traduzisse em PALAVRAS.


A Vendedora de Fósforos

Primeiros esboços do Projeto O Mundo de Hans.

Essas são aquarelas que fiz hoje, como projeto visual de um espetáculo teatral. Ainda embrionária a ideia, mas vou desenvolvendo até ficar mais esclarecida.

A Vendedora de Fósforos

A Pequena Sereia maleável



A Pequena Sereia sombria

sábado, 26 de outubro de 2013

Sandman e outras coisas

Esssa semana, numa palestra sobre artes e diferenças, comecei a rabiscar no bloquinho que nos deram para anotações. Depois disso, à noite, peguei um dos desenhos e treinei aquarela.
Sandman, personagem criado por Neil Gaiman



domingo, 13 de outubro de 2013

Aquarela

Iniciei há pouco tempo um curso de aquarela. Essa é a que eu considero a mais decente para mostrar, por enquanto.


terça-feira, 30 de abril de 2013

off

Eu: Sabia que ele não usa a internet?
F: Sério? Ele não tem facebook?
Eu: Não. Nem email. O irmão dele recebe por ele e os imprime, para que ele leia.
F: E... como? Como ele faz quando quer pesquisar sobre alguma coisa?
..
..
..
..
Eu: Talvez ele utilize a biblioteca.

sexta-feira, 22 de março de 2013

RAPAZ DA PLATEIA

Tirou-me a esperança
Maldita aliança
Alguém chegou antes
Chamando-lhe Amor

Rapaz da plateia
Enquanto aplaudia
Sua mão reluzia
Causando-me dor


Cora Rufino

sábado, 9 de março de 2013

Versificados

Nos idos 2010, Edgar Borges chamou alguns poetas de Roraima para participar das edições de Versificados - poesias curtas que seriam publicadas no jornal junto aos classificados.

Essa iniciativa era um movimento nacional entre poetas.

Os meus saíram em 23 de Outubro, hoje lembrei deles, não sei por quê.


Aqui, os poemas que mandei para o Edgar por email:


Faz-se massagem
Com rasgação de seda
E elogios cegos
Para quem precisar de
Massagem no ego
@CoraRufino #Versificados

Madame Lena, vidente
Adivinha o futuro e mais
Vê dentes de quem sorri
Esperando viver em paz
@CoraRufino #Versificados

VOCÊ QUER UMA RENDA EXTRA?
Venha ver mulher rendar
Eu te ensino a fazer renda
Tu me ensina a namorar
@CoraRufino #Versificados

Kombi branca 83
Por motivo de viagens
Experiências ganhei e
Levarei na bagagem
@CoraRufino #versificados

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

O final do ponto


Uma parede.
Um ponto
Um ponto numa parede. 


Perdido na imensidão do branco de cal
Um ponto normal. 

Um ponto que mexe
Um ponto que soa
Um ponto que olha
Um ponto que voa 

Um ponto que pousa no branco de cal
Mamãe veio e PAF! Matou o animal 

Era o ponto uma mosca
E essa poesia é "tosca"


Cora Rufino



(dos idos 2004)

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Poemas para o fim do mundo


DESMUNDO

O Maia desmaia
A Cora descora 
E o Mundo desaba.


**

Performance "Executivos de Pedra", ideia de Marcelo Denny
Americano diz:

“O mundo vai acabar!
Começando no Japão
Eu aqui vou escapar
Num foguete pra Plutão”

Armagedom que se preze
Não respeita fuso horário
Então, meu amigo, reze
Fim não tem itinerário.


**


HAPPY HOUR
Saiu do trabalho na sexta
O jovem Mundo, até brabo
Falou pro colega Planeta:
- É hoje que eu me acabo!


**

Já chega de mimimi
Entre escombros e tijolos
No apocalipse zumbi
Eu devoro seus miolos

Rastejando atrás de gente
Uma grande gritaria
Comer carne ainda quente
Isso é sério, amor, não ria!




Cora Rufino

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Pesadelos

Acordei com as batidas na porta.
A família toda gritava de fora do quarto, pedindo que abríssemos. Batiam sem parar. Chutaram a porta. Era urgente.

Abrimos.

Nos deparamos com as pessoas estarrecidas, a mãe chorava. O que teria acontecido?


Eu tinha gritado, segundo consta, em sonho.
Depois me veio uma vaga lembrança: alguém em cima de mim. Me sufocava, creio, mas eu não me rendia. Lutava. Batia, socava e claro, gritava para alarmar.
Deu certo, mas de uma maneira estranha. Quando o socorro veio, tudo se dissipou em segundos. Não me restou nada além desse vulto pesado sobre mim. Abrimos a porta e todos preocupados perguntando o que tinha havido.
Houve que eu fui salva.

Já no mundo real, era quatro da manhã. Ninguém mais conseguiu dormir. Me aplicaram um Johrei, falaram sobre espiritualidade e energias ruins. Sobre ter visto algum filme de terror.
Sou ateísta, mas a situação era tão assustadora que nem me ofendi (tanto) quando se falou do sobrenatural.

Só que eu dormia acompanhada, a família não era a minha... e eu olhei para ele que também me olhava, sem entender e ao mesmo tempo estávamos desconfiados do que éramos ou do que fazíamos.
Ninguém lembra do que aconteceu. Eu disse que daria tudo para ver uma gravação daquela hora.
O que mais me assustou disso tudo, é a lembrança da mãe chorando, depois que abri a porta. O espanto das pessoas, o olhar deles. Ela chorava, eu me desculpava, sem saber direito por quê.

É algo tão além da minha compreensão, principalmente por ser inédito para mim.
Quando se fala em pesadelo tem apenas três lembranças:

Uma vez sonhei que corria de um morcego. Era dia, no quintal do meu pai. O ponto de vista, no sonho, era o do morcego. Eu via, através dos olhos dele, a aproximação. Ele pousou no meu ombro e eu acordei, com o pé da minha mãe onde estaria o morcego. Eu dormia com ela naquela noite e a realidade se misturou com o pesadelo: o pé real virou o morcego do sonho. Meu tato ajudou a colorir as sensações. Única experiência do tipo que tive até hoje;

Outra vez, sonhei com um dilema. Eu estava em um barranco, puxava a minha mãe para fora da água, para que não se afogasse. Porém, na minha outra mão, eu empurrava meu filho, um bebê, para cima do barranco, para deixá-lo a salvo, longe da água. Eu tava no meio. Com uma mão puxava minha mãe e com a outra empurrava meu filho. Mas eu escorregava, não conseguia empurrar meu filho e tão pouco puxar minha mãe. Tive que escolher quem eu deveria salvar, mas não conseguia decidir. O tempo ia acabando, eu ia escorregando e então acordei. Aos prantos. Primeira e única vez que acordei continuando uma ação iniciada em sonho;

A terceira e última lembraça de pesadelo, não chega a ser minha. É da época em que eu dormia com minha mãe. Às vezes ela gemia e gritava. Nada tão escandaloso como deve ter sido comigo essa noite, mas o sificiente para me incomodar. Não lembro se eu acordava ou se já estava acordada quando ela iniciava com os gemidos, mas eu sempre a acordava e ela me dizia com o que estava sonhando. Às vezes era alguém que a assaltava, ou alguém me matando.

Alguém me matando...

O que diabos aconteceu nessa noite em que eu acordei aos berros?
Ouviram socos na parede e na cama.
Analismos nossos corpos, nenhuma marca ou hematoma...
Então o quê..?

Minha garganta estava irritada por causa dos gritos. E o ponto positivo é que eu estava acordada de manhã cedinho e pude apreciar um café regional: tapioca com castanhas e pupunha cozida.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

horas...


Percebeu que trocava o dia pela noite apenas para ter a paz da madrugada pra si. Para não encarar seus colegas ao amanhecer, para ignorar a todos enquanto o mundo desaba até o meio-dia.
A madrugada foi a maneira que ela encontrou de estar sozinha, e refletir sobre qualquer coisa, sem a interrupção de ninguém. Pena que o supermercado e a pizzaria também não pensavam como ela. Eles faziam falta a essa hora da noite.
O sino da igreja soava ao longe indicando que o tempo avançava de hora em hora.
A igreja... será verdade que ela traz tranquilidade ao espírito? Sério que ela estaria livre de inveja, picuinhas, intrigas e julgamentos?

E a arte?
Ah, cada um com sua crença.