quarta-feira, 16 de março de 2016

Labirintite

Ontem Liz chegou no ensaio queixando-se de labirintite. Me lembrei dessa croniquinha que fiz em Outubro:

Um dia minha mãe chegou em casa falando que tinha labirintite.
Eu achei lindo.
Adorava labirintos! Havia lido a história do Minotauro que dentro de seu castelo-labirinto perseguia Teseu. Gostava da imagen que os labirintos faziam nas revistinhas de passatempo. E os ratos brancos, então! Quando mostravam na TV os cientistas colocando as cobaias nos labirintos de acrílico pra testar suas capacidades, eu ficava admirada.
Então minha mãe chegou falando que tinha labirintite. O diagnóstico era recente isso justificava suas tonturas. Eu imaginava mamãe correndo pelos labirintos de sebe, rindo, perdendo-se, depois, desesperada e feliz de novo por encontrar a saída.
Mas aí ela me explicou que o labirinto em questão ficava dentro do ouvido. Fiquei me perguntando sobre o que será que entrava por ali e que corria o risco de se perder desorientado dentro do ouvido de minha mãe.


Hoje, indo para o ensaio, durante a caminhada pela avenida Amazonas eu vi a linha do horizonte se inclinar. Me vi parada no meio da calçada, desequilibrada,  esperando que o “efeito” passasse. Sem saber ao certo constatei: acho que o fio de Ariadne está escapulindo das minhas mãos.