eita, diacho
voltei
me disseram que havia um sarauba
ja trouxe o vinho e a água
pro caso da sede atacar
marrapaz
achei
que o arfar chegou ligeiro
quem ataca quem primeiro?
temos que organizar
Era tom de brincadeira
Semi tom de coisa séria
eu queria estar de férias
só pra ver eu e você
Mas sarauba é assim mesmo
se mexe com quem está quieta
remexe pra ser poeta
e depois paga pra ver.
sábado, 14 de janeiro de 2017
segunda-feira, 9 de janeiro de 2017
O semestre de durou anos - parte 1
Mesmo tendo começado o ano de 2017 ainda
não acabou o semestre de 2016.2.
Foi um dos semestres mais longos dos
últimos tempos.
Estou falando do volume de informações que
tive que lidar. Tudo em um semestre mas que, graciosamente, estou terminando
ele mais serena do que quando o comecei. Eu quis usar aqui a palavra
“graciosamente” porque “gracioso” em espanhol é “engraçado” e em português é
“terno”. Não o terno de vestir, mas o de ternura. E engraçado que “engrasado”
em espanhol significa gorduroso. Isso é o que chamamos de falsos cognatos. Cabe
explicar também que se você veste um terno deve tomar bastante cuidado para que
não caia gordura nele. Pois gordura é “grasa” e
graça é “ternura”.
(nesse momento imaginei minha orientadora
destacando a palavra “pois” de vermelho e dizendo que “pois” não faz sentido
naquela sentença pois “pois” é uma conjunção conclusiva e deveria estar
explicando a oração anterior. Ela é chilena a minha orientadora e diz que eu
tenho que melhorar meu português. Eu acho terno. Porém ela tá correta)
(Imaginei ela destacando os dois “pois” que
coloquei repetidos ali em cima e dizendo para eu “revisar a grafia de ‘pois’”)
(Nota: Revisar a grafia depois)
(Nota: Revisar a grafia depois)
Mas como eu dizia, já no começo de 2016.2,
o semestre que durou anos, eu iniciei com um tal dum Desafio dos 30 dias de
Saúde. Foi legal. Um mês sem beber, comer fritura e fazendo pelo menos meia
hora de exercícios físicos todos os dias. Ganhava um prêmio quem emagrecesse.
Ganhei uma camiseta por ter emagrecido 3kg. Que bom, mas meu objetivo geral não
era esse (esse era o objetivo específico), eu estava num processo de mudanças: mudanças de rotinas, de filosofias, de crenças. Como no início do ano de 2016 a psicóloga (Ah, sim, tem um ano que faço
terapia, no próximo post explico melhor) falou que eu tinha uma depressão
moderada eu comecei a rir. Não, na verdade eu sorri. Falei “sério?” e ela disse
“Sim” e eu disse “sério?” pela segunda vez e parece que era sério mesmo. Nesse
dia ela perguntou se eu tava me achando feia ou algo assim, porém justo naquele
dia eu tinha colocado um vestido decotado, tava me achando bonita e respondi
“não”. Saí do consultório rindo e assim rindo eu caminhei aqueles 20 minutos
até minha casa. Quando chegou a noite eu ainda tava rindo e o Murilo perguntou
o porquê de eu estar rindo eu respondi “eu tenho depressão”. Expliquei que não
sabia porque estava rindo e ele disse “deve ser porque finalmente agora você
tem um nome para isso que te intrigava”.
Bem, mas isso aconteceu no primeiro
semestre, estou aqui para falar do segundo. Ocorre que no segundo semestre de
2016, aquele semestre que durou anos, emagreci 3kg em um mês e descobri que
para cumprir certas coisas tem que sofrer. Sofrer porém fazer mesmo assim. O
desafio dos 30 dias nada mais era que uma preparação para a escrita do meu
artigo de TCC.
Peço que jamais o leiam, antes ou depois da
minha morte, pois escrevi o artigo como quem escreve num blog. Tentei ser
formal, acadêmica, pesquisadora, cientista, teórica... mas foi o semestre que
mais tuitei, por exemplo e me expus na internet.
Naiara, a psicóloga, disse que eu anotasse
num papel as coisas que sentia. Talvez escrever sobre meus feelings fosse ajudar em algo. Em frases curtas, ela disse. Daí
pensei “vou tuitar, então”. Não sei se deu certo ou errado. Mas teve algo de
terapêutico em soltar pílulas de impressões assim, na nuvem, pra que se misturassem
naquela cachoeira de frases curtas que é a timeline
do Twitter.
Foi no Twitter que nesse semestre saí do
armário enquanto bissexual, não-monogâmica e ridícula. E pra minha surpresa
ninguém ligou para o fato de ser bi (até antes de 2016.2 eu não havia saído do
armário publicamente), um par de amigos curtiu o fato de eu me assumir ridícula
(uma disse até que já sabia) e parece que ser não-monogâmica foi o que realmente
causou um leve frisson, com direito a meu namorado recebendo mensagem da minha
cunhada perguntando que história era essa.
Enfim, assunções de 2016.2. Às vezes é
libertador se expor. Porque... é o que sou. Ridícula, não-monogâmica, bissexual
e com depressão moderada.
Traçar um olhar sobre isso tudo e “curtir” isso que sou publicamente é algo que estou experimentando.
Traçar um olhar sobre isso tudo e “curtir” isso que sou publicamente é algo que estou experimentando.
Ah, e comprei um Kindle. Já li 40% de “Cem
anos de solidão”. Era parte de uma tarefa terapêutica onde eu deveria
espairecer e abstrair do meu TCC e suspender a realidade sem drogas e tal.
Até a próxima.
Até a próxima.
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