Estou aqui matando aula. Uma aula paga, inclusive. Cara, além de tudo.
Porque eu simplesmente precisava parar para pensar.
Comecei a decorar um texto. Sim, eu sei que "decorar" é uma palavra antiprodutiva quando falamos de teatro e o trabalho de ator. Mas nessa loucura da vida, eu me vi como essa tirinha da Akelatriz:
Onde eu tava no Uber abrindo o arquivo do texto a ser "decorado"- coisa que deveria ter feito semana passada - e me colocando aí duas horinhas disponíveis para memorizar as coisas.
Ao chegar em casa, com a respiração aos bafos e a cabeça a mil após uma reunião de produção teatral, percebi claramente que não teria condições de dar carinho e atenção às belas palavras do Samuel, o dramaturgo.
Era um paragrafinho, super simples se eu pegasse as duas horinhas e ficasse igual papagaio repetindo até automatizar. Mas a gente sabe que isso não se faz... precisava de alma.
Minha alma ainda não tinha chegado com essa correria da vida e eu temia que não chegasse a tempo da aula ou que, quando chegasse, fosse tarde demais e eu teria de zarpar em total desconcentração.
Uma coisa que me propus esse semestre foi ser franca comigo mesma. Em cascar fora, mesmo amando, de algo que não fosse me trazer alegria (porra, Marie Kondo). Não tão xiita dessa forma. E não tão egoísta, pois trabalhando em grupo eu não posso simplesmente cascar fora... então busco amar as pessoas com quem trabalho ou trabalhar com quem amo.
Citei aqui num post anterior que amar é fácil, não falo de forma romântica e sim pragmática: amo sim.
Enfim, o adendo sobre que nunca me foi questionado faço questão de explicitar. Porque sim.
Samuel merece atenção.
As atividades, benzadeus, serão amadas.
me sinto bem
matando aula