Daí surgiu o CONPOESI (Concurso de Poesia do SESI). E só pra ver no que dava, inscrevi a poesia da exibicionista macabra. De puro mal gosto? Sei não, mas pelo menos não era mais uma sobre amor.
Talvez tenha sido por isso que ela foi classificada para ser interpretada.
E lá fui eu, fortemente armada e com um vestido preto enquanto a Lorena tocava violão ao fundo.
Declamei, ganhei o segundo lugar.
Ei-la então, não posso dizer que é inédita aqui mas... né? E agora se chama
Exibicionismo
Cheguei mais perto
Para ver de longe
Se algo acontece
Para ver de longe
Se algo acontece
Na rua parece
Que tudo se esconde
Pois já anoitece
Que tudo se esconde
Pois já anoitece
Eu cheguei... mais perto
Para ficar distante
E poder procurar.
Para ficar distante
E poder procurar.
Fico à espera
Que alguém se espante
Em algum lugar
Que alguém se espante
Em algum lugar
Me aproximei da janela
Para ver de longe a rua
Meu vizinho banguela
Para ver de longe a rua
Meu vizinho banguela
Me observava nua!
Abri a gaveta
Peguei uma arma
"Olhando minha teta
Ele nem se alarma..."
Peguei uma arma
"Olhando minha teta
Ele nem se alarma..."
Com o olhar atento
Apontei o três-oitão
"Naquele tarado nojento
Vou acertar o coração"
Apontei o três-oitão
"Naquele tarado nojento
Vou acertar o coração"
Com o disparo que eu dera
Vi que quase o matei
Tudo o que eu pensava era
"Porra, eu quase acertei!"
Vi que quase o matei
Tudo o que eu pensava era
"Porra, eu quase acertei!"
Depois de assoprar o cano
Guardei o ferro na gaveta
O meu vizinho Fulano
Agora virou perneta
Guardei o ferro na gaveta
O meu vizinho Fulano
Agora virou perneta
E ao som da doce lira
Penso insatisfeita:
"Pois amanhã a mira
Há de ser perfeita!"
Penso insatisfeita:
"Pois amanhã a mira
Há de ser perfeita!"
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Senhor das Armas paraguaio.
- Alô? Oi, eu queria saber se você tem alguma arma de brinquedo. É que eu vou interpretar uma poesia e ela fala de armas...
- Se eu tenho arma de brinquedo? Eu tenho um arsenal!
- Tá bom, Senhor das Armas! Quando é que eu posso pegar?
...
- Aqui atrás! Aqui atrás!
- É aí que tu guarda?
- Tenho pistola semi-automática, rifle, metralhadora...
- Eu queria só um revólver...
- Só um revólver? Sente só o peso dessa pistola... viu?
- Mas só quero um revólver.
- E ainda vem com cartucheira.
- É? Mas eu só quero...
- Tem essa outra que tem espoleta!
- Puxa!
- E esses revólveres aqui...
- Eu vou levar essa da espoleta e da cartucheira e esses revólveres!
- E tem também o rifle...
- Vou levar! Tem coldre?
- Tem! E esse cinto de utilidades, e...
...
- Beleza, como é que eu vou carregar essas armas todas? Vão me prender antes de atravessar a calçada!
- A espingarda não cabe na sua bolsa?
- Hum...
- Enrola nesse pôster do Independence Day, nem gosto mesmo...
***
- Alô?
- Arf... Arf... Alô!
- Tá ocupado?
- Um pouco.
- É que...
- Quebrou?
- Como você sabe? Eu só fui engatilhar! Daí a pistola bandou.
- Normal! Normal!
- Mas eu vou pagar!
- Não. Tá bom. Acontece. Tchau
- Mas eu...
- Normal. Normal.
(clic)
3 comentários:
Simples e singelo. Como tudo na vida.
beijos
kalyua
kkkkkkkkkkkkkk
Adorei o poema!
"Porra, quase acertei!"
resrsrsrsrs
Cora, tomei a liberdade de contar tua história:
Ele&Ela
o olhar masculino
aproveitava o que se dava à vista.
menos banal
ela focava com intenção fatal.
ele mirava na teta - ela no peito.
pouco mais aconteceu nessa treta
que pra ela não acabou no leito:
um tiro e um velho perneta!
bem feito!
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