sexta-feira, 20 de maio de 2011

Bebinho

Na porta do grupo Espanca!
O bebum abrindo o jogo
Chegava botando banca
Perguntou se eu tinha fogo

Pendia pra trás e pra frente
Tentava riscar o palito
O homem não tinha em mente
O vento um tanto aflito

Com sua oscilação corpórea
Tentava acender seu cigarro
E eu findo minha história
Nesse versinho bizarro

Ah, sim! Falta o resumo!
 (Pra findar no verso quatro)
Conseguiu queimar seu fumo
O "bebinho" do teatro.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Dizendo xis

Normalmente não me acho fotogênica.
E não entendia por que, no meio do nada, alguém da turma resolvia puxar uma câmera e registrar aquele momento tão normal.
- Depois daqui vamos no lugar tal tirar umas fotos? – me chamavam
- A foto deve ser um acaso não o objetivo da saída! – eu dizia. E não aceitava.
Difícil achar uma foto minha tirada só por tirar. É preciso uma história por trás. E nessa de evitar ser fotografada sem motivo, percebo que quase não tenho fotos do meu tempo presente. Digo, fotos cotidianas. Mas de que servem as fotos?

Até mesmo quando fui às cachoeiras ano passado, com a turma da Arquitetura. Das mil fotos que foram tiradas eu aparecia em cinco.
- Onde você estava nesse momento? – perguntavam
- Tomando banho no rio! – e justificava – em vez de parar a cada dez passos para fotografar eu estava observando com meus próprios olhos o local onde estava.

Agora que mudei de cidade, tenho sentido falta de ter uma câmera fotográfica. Documentar justamente o que eu evitava contar: a vida cotidiana e mostrar meu rosto.
Então a professora pede que levemos para a próxima aula fotos nossas de quando éramos crianças.
- E para quem não tem fotos de infância aqui nessa cidade?
- Pode pegar de revistas.

Normalmente modelos infantis de revistas são fotogênicos. Mas artificiais.
Como eu era quando criança? Missão: conseguir minhas fotos de criança.
Murilo foi lá em casa, pegou as fotos, scaneou e me mandou por email.

- camaleão!

Olhando-me nas fotos, pela primeira vez observo minha infância com o olhar de adulta. Será que era assim que minha mãe me via? Pequena e frágil? E o meu pai? Olhava para mim e me via magrelinha e sapeca?
Nessa foto, tirada por meu pai, estávamos os três na casa de dele observando um iguana na árvore. Era uma das primeiras vezes que eu manuseava um binóculo.
Lembrei que nunca fomos uma família de comercial de margarina. Meus pais nunca foram casados, nunca moramos os três juntos. Mas haviam situações que induziam um ajuntamento nosso.
E nesse dia da foto, estávamos unidos por um lagarto.

Um dia na Praia Grande, a praia doce do rio Branco. Quintal de casa praticamente.


casa do meu tio Eliakin usando a saia da minha prima que fazia ballet

Fazendo do balão um beiço
 
Interessante que todos os objetos com os quais posei não eram meus. Talvez o balão furado.
De qualquer forma, mesmo forjando as futuras lembranças do passado, eu estava feliz.


terça-feira, 10 de maio de 2011

relaxa e canta

Durante a aula de Técnica Vocal, entre conversas, Alice vira-se e diz:
- Eu só canto quando estou gozando.
- Como é que é?
- Quando estou gozando da cara dos outros.
- Ah...