-- “Co-ra”
-- Exato.
-- Sabe que meu nome quase foi Cora?
Depois de um tempo digitando meus dados ela rompe o silêncio:
As coisas foram tão caras que não tenho coragem nem de pedir um presente de Natal para a minha mãe.
Coloquei a tal régua paralela em pé, perto de mim, e percebi que ela é poucos centímetros menor que eu. Pensava que se aquilo quebrasse eu tava lascada! "Olha o tamanho disso!"
Minha primeira ação depois de fazer a compra foi levar a régua ao Agnaldo - o custureiro de figurinos - para que ele fizesse um figurino para a régua.
-- Deixa eu ver se entendi: você quer uma capa para a régua?
-- Sim! Com alça para eu colocá-la nas costas
"Que nem a espada do Siegfried!", pensei
Em casa, com todo o cuidado, etiquetei os materiais com o meu nome, como o professor tinha sugerido, pois já que todo mundo comprou na mesma papelaria (em Roraima não há muitas papelarias decentes) provavelmente teremos vários objetos idênticos.
Peguei o mini escalímetro, admirei-o, achei "fófis" demais aquela coisinha pequenina, "cuti-cuti do meu colação", abracei, sorri com ele nas mãos e quando já estava quase chorando de paixão, lembrei que eu nem sei pra que diabos serve um escalímetro.
A caixa de pastéis secos é linda e tem uma infinidade de caixinhas dentro até chegar às barras dos pastéis (exagero, lógico!) e em cima das barrinhas, um livreto com a biografia da família Faber-Castell, uma almofadinha e uma película de papel manteiga. Depois dessas proteções todas (não citei o leitor de impressão digital), finalmente avistei os pastéis dentro da caixa!
Era igual barras de ouro! E cada pastel mede 3cm!
-- Porra! Só isso?
Mas eram tão piquititinhos e bonitinhos que me deu uma dor no coração e, claro, nunca irei usar os pastéis!
Pensando bem, não vou usar é nada, nem régua, que é pra não gastar!