quarta-feira, 12 de outubro de 2011

orquestra de lama


Dia desses fiz vinte e cinco anos.
Depois de rodar por vários cursos universitários, de viajar de tão longe em busca de uma formação artística. Cá estou.
Penso sempre em Roraima. Tudo o que eu estudo eu penso no meu grupo, tudo o que ganho penso em como usar isso no meu retorno...
Roberto Ramos que me disse: “não faça planos. Deixa a vida seguir”.
Mas como cumprir isso? Tudo nesse curso me remete às minhas origens.

Daí fiz o tal do quarto de século, e ontem choveu aqui na cidade. Torrencialmente. Eu estava esperando a aula começar e acabou a energia do prédio, então todo mundo foi para fora, onde ainda tinha claridade, mesmo que nublada. Eu olhava para a grama onde nos sentávamos nos dias de Sol, quando Ítalo falou:
- Gosto de tomar banho de chuva.
Olhei para ele e imaginei a cena. Estava tão frio e chovia tão forte...
- Vamos, então? – perguntei a ele meio incrédula
- Vamos – respondeu
Caminhamos pela graminha, e nos sentamos naquele tronco deitado. Igual Rosinha e Chico Bento. A chuva era forte e comecei a me incomodar com minha roupa molhada, talvez por isso eu tenha voltado correndo. Ele veio atrás.
Rogério falou para nós dois:
- Vamos?
E nós três fomos.
Um banho bobo de chuva, a princípio. Chegamos ao tronco e eu pensei “vai sujar minha roupa”. Para os homens é mais fácil, é só tirar a camisa.

De repente a Tainá pula de cima do muro. Cai como um gato, de quatro na poça. Nos assustamos. Foi o tempo para ela pegar um bolo de lama com as mão e jogar em todos nós. Saímos correndo num pega-pega entre árvores. Escorreguei, me deixei pegar pela mulher, virei a “manja”, saí correndo atrás deles e em cima do muro surgiu um rapaz, tocando flauta.
“É um sonho?” Pensei.
O flautista pulou do muro, estávamos cantando e dançando como se fôssemos elfos. Apareceu outra menina, ela abraçava as árvores, alguém mais pulou do muro com uma panela gigante de metal. Batucava a panela, o flautista continuava, e logo surgiram outros “instrumentistas” pelo muro. Com arames, pedras e madeiras, formamos uma orquestra.
Entoávamos nossas cantigas, fazíamos harmonias e a chuva ia enfraquecendo.
Pintaram meu rosto com lama preta, parecia que eu estava pronta para a guerra.

Lembrei de um trecho de uma música do Infected Mushroom que diz assim:
I’m waiting for the rain, to wash who I am” (Tô esperando pela chuva, para lavar quem eu sou). A música se chama I wish (eu desejo).

Falando em Infected Mushroom, sábado tem show deles aqui. E é claro que eu vou.

Porque I wish...


...e tô pronta pra guerra... 

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Improvisação II - Hotel



Na aula de improvisação II, o temido "hotel"

Tarefas: você está com fome, descobre que tem uma festa no último andar de um hotel. você tenta entrar de penetra na festa mas está vestido de forma inadequada.
Dificuldades: Problema ao atravessar a rua, ao subir para o último andar (de escada ou elevador), utilizar mímica, e na hora em que for pegar o salgadinho da mesa é impedido pelo segurança. Você escolhe que tipo de trajes inadequados você está, e que tipo de festa é essa no hotel.

Cada vez que vejo esse vídeo encontro erros crassos. Mas a academia é para isso... falou-se. Então vale.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

DUAS SEM NOME


Tanto frio é no meu leito 
Que faz o sonho hesitar 
Não há no mundo um lençol 
Que possa a minha alma esquentar 

Pêlos se erguem no corpo
Onde a brisa toca de leve
A lágrima que aquece o rosto
Tem o efeito muito breve.
 

Os dias deveriam ser domingo
Pra que eu amanhecesse em sua cama
Por isso deveriam ser domingo
Cada um dos sete dias da semana.




Cora Rufino


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De épocas atrás