quarta-feira, 9 de março de 2011

Mais uma vez... caloura.

Maira chorou, Dona Conceição chorou, Marcelle chorou, Carol do Léo chorou...
A cena teatral Roraimense é tão pequena que a gente sabe o nome da maioria das pessoas da platéia. 
A primeira vez que alguém chorou vendo uma peça minha foi em 2007, na leitura d’O Visitante, de Hilda Hilst. No bate papo que sempre tem depois das leituras a Bárbara comentou aos prantos que ela sentiu a minha angústia. Lembro que naquele dia eu chorei em cena. Foi o primeiro drama que eu fiz.

Daí uma estréia 26 de Fevereiro de 2011. Outro drama. Mas um drama que foi gostoso e divertido fazer. Um drama entre amigos. Cheio de metáforas interiores e piadas internas. Simbolicamente forte, pois nesse dia de Fevereiro a nossa companhia de teatro fazia um ano de existência. Enquanto a história rolava no palco, lágrimas rolavam no público.
O terceiro dia de apresentação, no dia 28, mais simbólico ainda. Na madrugada após o espetáculo eu e Francisco pegaríamos cada qual o seu avião. Meu namorado chorou, minha mãe chorou, mas nada tinha a ver com a peça.
Francisco foi fazer seu mestrado na UnB e eu... minha terceira tentativa de começar uma graduação bem sucedida. Dessa vez em outra cidade, dessa vez um curso que eu goste.

Gosto muito de Roraima, aliás. Muito mesmo. Mas sabe-se lá porque eu sentia que Roraima não gostava muito de mim. Tô me fazendo de vítima talvez. Mas eu tentei que desse certo.
As vezes é irritante saber o nome de todo mundo da rua (ou da platéia). Ao mesmo tempo é altamente contraditório não conhecer quem mora com você ou ao seu lado.
É angustiante ver que decididamente você não vai terminar aquela faculdade.

Dos fatos mais recentes para o mais antigo: comecei Arquitetura porque visualizava a cenografia teatral. Comecei Jornalismo por causa do jornalismo cultural e do cinema. Ao cinema eu queria me dedicar, com 18 anos, porque queria contar histórias de ficção, criar personagens e compor uma cena instigante que eu não conseguia de jeito nenhum transportar para os desenhos que eu fazia aos 13 anos.

Aos 13 anos eu entendi que eu não seria a primeira mulher brasileira a fazer muito sucesso com quadrinhos no mundo. Por mais que nos quadrinhos houvessem os ângulos de câmeras, os planos, as expressões corporais e faciais, a luz e sombra (iluminação), as onomatopéias (efeitos sonoros e sonoplastia) eu também não seria cineasta. Mas ainda não sabia.

Eu tinha 14 anos quando minha tia falou:
- Você ainda não sabe cozinhar?
Eu disse:
- Quando eu crescer vou contratar uma cozinheira. Assim não faz diferença eu saber cozinhar ou não.
Ela disse:
- É, mas se você não souber cozinhar como vai saber que ela tá fazendo certo? Como vai administrá-la?

Não era uma metáfora, mas servia como.
Se eu não aprendesse a atuar, não seria uma boa diretora de filmes. Mas colocar esse hobby ou esse refúgio como primeiro plano? Nunca na minha vida.

E de repente, eu estou aqui, num apartamento de uma cidade grande, esperando que amanheça logo para eu ir p/ a minha primeira aula na minha nova Universidade...
Qual é o curso dessa vez?
Aquele que junta um pouco de quadrinhos, jornalismo, cinema, arquitetura e todas as outras coisas que existem. Aquele que faz chorar e gargalhar (como aconteceu no teste de habilidade específica p/ entrar no curso).

E olha só... eu ainda não sei cozinhar.

9 comentários:

Anônimo disse...

adorei seu blog,por que vc faz o que eu mais sonhei fazer...

Elimacuxi disse...

Cora querida
os ventos te levam pra longe
sinto
alegria por assistir ao vôo
tristeza por ver a ave distante
sua vida nunca foi ordinária
e há outros, como eu, que daqui ficam torcendo por teu sucesso.
Um beijo grande, muita sorte!

ah, e se precisar de alguma coisa, pode contar comigo, sempre um orgulho ver crescer um aluno que se tornou amigo...

Unknown disse...

Olá Cora!
Que saudade de vc.
Tão poucos momentos estive ao seu lado... mais para mim, foram sagrados.
Te desejo uma maravilhosa estreia em terras distantes.
Vamos ficar no contato, ok?
grande bj,
Adriana Moreno

Fhilipe Ramayana disse...

valew Cora! obg pelo elogio
ei v se nao some hein até mais e boa sorte na nova facul!
sucesso p ti

Fhilipe Ramayana disse...

iahshauhishahuisa essa cora!
obrg por sempre comentar!
sabe que eu tava percebendo e é verdade, ta faltando uma moreninha, hummmmm proximo post eu desenho, Um bj se Cuida Cora!

Fhilipe Ramayana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fhilipe Ramayana disse...

iahshauhishahuisa essa cora!
obrg por sempre comentar!
sabe que eu tava percebendo e é verdade, ta faltando uma moreninha, hummmmm proximo post eu desenho, Um bj se Cuida Cora!

Fhilipe Ramayana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Gabriely Tavares disse...

Cora sua linda! Li todos os posts que não havia lido ainda =)
saudades imensas de vc, tô feliz em ver o blog atualizado... ter noticias suas... mesmo que seja um pouco. ;)