segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Querido diário,


faz uma semana que estou em Brasília, a terra da arquitetura, da Dilma, da Kingdom Comics (onde comprei minhas últimas HQ's do Neil Gaiman e aquela camiseta da Mafalda)...
Já me explicaram 15 vezes como funciona o sistema das quadras e superquadras, mas ainda não entendi. Sempre desço do ônibus e caminho pro lado errado. Aliás, ser pedestre em Brasília é uma coisa muito desgastante, ainda mais quando chove. O lugar não tem calçadas e eu não tenho botas.


Mas o importante é que nessa semana consegui comer sushi (meu turismo pelas cidades se resume aos sushis que cada uma dispõe), beber vinho (as pessoas aqui bebem muito vinho, assim como em Minas bebem muita cerveja), conhecer pessoas interessantes e reencontrar amigos queridos, como o Francisco, que está fazendo mestrado da UnB. Comentávamos sobre a frieza da cidade, nos perdemos de madrugada e fui dormir na "colina", nome dado à moradia estudantil da Universidade.


Ah, querido diário, li um livro também: O caderno rosa de Lori Lamby, da Hilda Hilst. Li o livro enquanto esperava o boteco abrir para pegar o meu cartão de débito que esqueci por lá na noite anterior. Achei o livro genial, ele critica o sistema editorial, mas enfim... ainda não consegui o cartão, o bar não abriu.


E hoje, excepcionalmente, estou com essa frescura de "querido diário", talvez porque me senti inspirada pelo livro, ou porque me deu vontade de falar sobre a vida, ou porque estou sem nada pra fazer pois britadeira da obra do terraço me acordou.
Falando em livro, o Francisco escreveu um. Chama-se "Ruídos Noturnos ou pequenas putarias literárias", e na dedicatória que ele fez pra mim, onde diz "o teatro nos salva" as pessoas lêem "o teatro na selva", pois a letra dele é muito feia, ainda mais estando "bêbado e prostituto"(palavras dele). É até interessante essa confusão já que fazíamos teatro em Roraima, a selva.


Então, termino minha penúltima manhã no Planalto, postando um poema do novo livro de Francisco:

Odeio acreditar em utopias
prefiro desvendar
meu destino
escarrando sangue.
pra vê o desenho nas pias.

Francisco Alves


Um comentário:

Essa Menina. disse...

Querido diário. Me desencontrei da Bruna e da Brescia. Que vaca! Que vacaa!
beijos.

bruna